Carta
Dificilmente irei encontrar outra pessoa que ainda não tenha tido mais ninguém na sua vida. Que não tenha tido um passado que pese ou que não tenha uma bagagem grande.
Eu achava que estavas morto, mas o teu fantasma ainda me assombra quando eu não preciso dele. O teu fantasma ainda me assombra quando eu tento seguir a minha vida mesmo que não seja um grande avanço. O teu fantasma está a fazer com que o meu presente e futuro não exista porque ainda me algemas nas nossas memórias. Mesmo que eu consiga seguir com a minha vida e crie uma relação sólida, segura e não presa só por uns fios quem garante que num momento de nostalgia, um momento mais saudosista que não caímos nos braços um do outro? Embora ninguém consiga garantir de que isso não acontece, eu espero que não.
É claro que temos arestas, pontas e pontinhas que não estão limadas, é claro que existem coisas que não foram pronunciadas porque não devem ser visto que só nos iam magoar mais um ao outro, mas se não deu, é porque os nossos problemas foram maiores que o amor que nos juntou.
Eu não guardo rancor de ti, não guardo nenhuma vontade de assombrar a tua vida. Não é isso que quero. Eu quero que sejas somente feliz. Mas também quero muito que não voltes a assombrar o meu presente e que me deixes ser tão ou mais feliz do que quando estivemos juntos.
Tu serás sempre tu mas eu mereço e quero vir em primeiro lugar.