Vida
Aprendi com a vida, com as batalhas que travei, com as quedas que dei e com tantas desilusões que ultrapassei que não vale a pena deixar de ser como sou só porque alguém não gosta, só porque alguém não quer ou porque alguém vai ser magoado facilmente com isso mas.. aprendi também que devo ser empático para com os outros, que devo olhar à minha volta e perceber quem lá está. Existem pessoas que se magoam mais facilmente, outras que aguentam mais uma ou duas cargas de pancada mas... a realidade é que acabamos todos por sofrer, por ficarmos magoados ou desiludidos.
Aprendi com tudo isto, que confiar nas pessoas é um processo complicado que envolve todos os nossos sentidos, perceções, variáveis etc.. mas que no final de contas é bom. No entanto, aprendi que não posso dizer "eu gosto de ti", ou "tu pareces ser uma pessoa confiável" ou "tu vales a pena" aos quatro ventos e em alto e bom som... nem toda a gente tem de ouvir, saber ou perceber.
Sempre me importei demasiado com as pessoas. Sempre deixei entrar, sempre me preocupei, sempre perguntei, sempre me importei. Se valia a pena? Claramente que não mas eu sou assim... eu importo-me verdadeiramente com as pessoas, eu quero saber genuinamente das pessoas à minha volta, independentemente do tempo que elas estejam ou estiveram na minha vida. Houve um dia em que eu disse que não ia entrar mais ninguém na minha vida, por minha opção, por minha vontade, porque eu não me queria magoar, porque eu precisava de tempo para me restabelecer de tantas feridas que tinha em mim mas a verdade é que tu entraste. Lutei contra isso, recuei de todas as formas e feitios, chateei-me comigo mesma porque estava a ser, novamente, a mesma pessoa. Percebi que não valia a pena e rendi-me. A pergunta aqui é... Valeu a pena voltares a ser a pessoa que tu não querias ser de maneira nenhuma? A resposta é tão curta e tão dolorosa conforme aquilo que eu senti quando me disseste aquelas palavras... Não.
Queria que ficasses, queria que continuasses, queria que acreditasses tanto como eu. Não quiseste e estás no teu direito de não quereres mas eu agradeço-te. Agradeço-te porque continuaste a provar-me que eu deixei entrar as pessoas certas na minha vida, agradeço-te porque me fizeste crescer e falar com pessoas que eu nunca pensei que iria falar e agradeço-te por me teres feito ver a tempo, antes que o sentimento fosse maior, que não vales nem metade daquilo que eu arrisquei por ti.
